Laia Domènech

Vivo e trabalho em frente ao mar, na praia onde cresci. Aos domingos de manhã, observo a gente que passeia, uns em direção ao porto e outros em direção ao rio. Nas tardes de inverno, vejo passar os barcos seguidos de
nuvens de gaivotas. De madrugada, quando ainda misturo cores, não vejo o mar, mas posso senti-lo. Quando o contemplo, lembro-me do meu pai, que
sabia dizer de onde soprava o vento. De pequenina já olhava para o mar e sonhava não me lembro bem com quê.

Agora olho para o mar e penso nas crianças, sozinhas ou acompanhadas, que o atravessam, mortas de medo e com os pés molhados. Diante do mar ilustrei esta história, tão dura e ao mesmo tempo tão cheia de ternura.